domingo, 7 de setembro de 2008

Martha Medeiros e a Independência

Já falei aqui no blog que sou fã da Martha, colunista do jornal O Globo. Quando a conheci no Programa Sem Censura da TVE, este ano, fiquei super feliz. Na revista deste domingo, Martha Medeiros escreve um artigo sobre o Dia da Independência. Quem não leu, corra. Vou colocar aqui só uns trechinhos. Mas vale à pena ler todo ele.
"Nossa liberdade é parcial, todos sabem. Não me refiro ao país, e sim à nossa liberdade individual, minha e sua.!
"O MÁXIMO DE LIBERDADE QUE PODEMOS ALMEJAR É ESCOLHER A PRISÃO EM QUE QUEREMOS VIVER."
É isso aí. E quais as prisões? Pode ser um casamento ou, ao contrário, um compromisso com a solidão. Pode ser um emprego ou uma cidade que não conseguimos abandonar. Pode ser a maternidade. Pode ser a política. Pode ser o apego ao poder ."
Costumamos nos acorrentar também a algumas certezas e pensamentos como forma de dizer ao mundo quem somos. É como se redigíssemos a nossa própria constituição...
Ao trocar de opinião ou de hábitos, infringimos nossas próprias regras e passamos adiante uma imagem incômoda: a de que não somos seres confiáveis. As pessoas à nossa volta já haviam aprendido tudo sobre nós...estava tudo dentro do programa, e de repente, ao mudarmos de idéia ou fazermos algo que nunca havíamos feito, subvertemos a ordem natural das coisas.
Ainda há quem considere leviana a pessoa que se questiona e se contradiz, mas já bastam as prisões necessárias - para que cultivar as desnecessárias?
Optei pelas medidas provisórias. Por isto todos os anos eu faço uns picotes na minha constituição imaginária e jogos os pedacinhos de papel pela janela. É assim que comemoro o Dia da Independência. Da minha."

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