segunda-feira, 28 de julho de 2008

2008 é o ano do reecontro

Meus amigos, não podia deixar esta segunda feira terminar sem falar do grande reencontro que tive hoje. Cada vez mais estou certa dos sinais que alguém manda do céu. Minha vida tem sido proveitosa e como digo no livro, sou feliz porque realizo meus sonhos e meus desejos. Pois bem, depois de rever meu amigo Afonso, vinte anos depois, em São Paulo, do contato com as antigas colegas de Sion, sem falar nas minhas queridas companheiras do Colégio Assunção, hoje tive uma surpresa que já não acreditava que pudesse mais acontecer. Fui "capturada" neste bendito orkut mais uma vez e graças a Deus.
Em 1983, a Rede Manchete de Televisão entrou no ar. Foi um período inesquecível. Uma empresa deliciosa para se trabalhar, onde vivi minha maturidade profissional. Uma época de grandes acontecimentos políticos, de renovação e de esperança. Neste período conheci novos colegas, amigos, parceiros profissionais de sonhos, de vida, que jamais serão esquecidos. Na Manchete vivi meus -não digo melhores-, mas muito mais do que isto: momentos de intensa felicidade e realização. Mesmo coincidindo com o ano que minha mãe adoeceu, o período a partir de 83 foi mágico na minha vida. Desta época e dos anos que se seguiram eu tenho lembranças caras. É uma delas reapareceu.
Eu e Luis Otávio nos conhecemos fazendo reportagens. Ele pela Agência Nacional e eu pela minha emissora querida. Tínhamos ao nosso lado uma turma competente e divertida , que dividia o dia a dia, as coletivas, os cafés, as pautas, as risadas e a responsabilidade de trazer para o nosso público, as melhores histórias, as mais ricas falas de nossos políticos, as imagens e os flagrantes mais inéditos. Nosso horário começava de manhã. Mas nossos papos passavam do horário.
Foi esta surpresa que o orkut, o céu e o inesperado colocaram hoje na minha tela de computador.
Procurei por meu amigo durante um tempo, na Universidade que ele trabalha, fora do Rio. Mandei emails, chequei endereços, mas ainda não era a hora. Queria que ele viesse para o lançamento do meu primeiro livro, mas não era a hora. E o velho ditado martelava a minha cabeça: "tudo acontece na hora que tem que acontecer."
Enfim, meu amigo não sabia do livro, da minha história e nem do lançamento. Hoje foi surpreendido com a notícia. Não sei como ele me achou. Vai ver que estava me procurando também.
Era chegada a hora do reencontro.
Resgatar afetos, saber que também não fui esquecida, reviver boas lembranças nos torna completos, inteiros, preenchidos de felicidade e satisfação. Faz tudo ter valido à pena.
E é esta emoção que quero hoje dividir com vocês. Separei algumas fotos, mas fica para a próxima. As lágrimas me impedem de prosseguir.
Fica a certeza de que os sinais do céu estão por toda a parte e que de alguma forma, em algum momento, aqueles que foram importantes e escreveram seus nomes na minha história, na minha vida estão de volta. Ou melhor, nunca sairam da história nem deste coração.
Seja benvindo.

5 comentários:

Luiz Otávio Coutinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Otávio Coutinho disse...

A Flor que Surgiu no meio do Pântano

"A flor que surgiu no meio do pântano". Essa afirmação foi feita pelo jornalista, produtor e diretor, Wilton Franco, durante o programa de televisão líder de audiência já na longínqua década de 80, que ele mesmo comandava, chamado "O Povo na TV". Ele estava se referindo a sua convidada daquela tarde, a assessora de comunicação social do Detran Rio. Certamente era uma tarefa espinhosa ser assessora de um órgão desacreditado pela população, com fama de ser um antro de corrupção. Talvez por isso que o Wilton usou dessa metáfora para bem definir o perfil de sua convidada. Trata-se de Eliane Chame de Lemos Furtado que naquele dia, usando de sua bem articulada oratória e com a garra de sempre, explicou ao telespectador todos os pormenores do Departamento e conseguiu, de certa forma, desmistificar o que historicamente todo mundo acreditava sobre aquele órgão público.
Atitudes “agressivas”, no bom sentido, por isso as aspas, como essas que começaram a me cativar e admirar a grande figura humana que constatei depois, quando surgiu a amizade. Tive o privilégio de trabalhar na rua com ela, no louco dia a dia da reportagem. Eu na Radiobras e ela na, infelizmente, extinta TV Manchete, um veículo de muita qualidade que estava dando uma guinada no comportamento do telespectador brasileiro. Eram tempos de sonhos e ilusões. Não me arrependo em nenhum momento de sonhar. Sonho até hoje porque através dele sempre tenho o que realizar.
Encontrávamos nos mais diversos pontos do Rio, muitas vezes em desabalada carreira e esbaforidos, tratando de cumprir a ditadura da pauta que nossas emissoras nos impunha. Sempre a espera da chegada do entrevistado, nós e os demais coleguinhas de reportagem conversávamos sobre os mais variados assuntos: de Zico a Shakespeare, literalmente. Muitas vezes, confesso, “tricotávamos” sobre a vida alheia, evidentemente que de uma forma salutar. Certa vez, só para exemplificar, estávamos fazendo uma cobertura do então governador Leonel Brizola, no Palácio Guanabara. A jornalista Marta Alencar, assessora de Comunicação Social do governador, nos chamou na Sala de Imprensa para irmos até o gabinete de Brizola. Saímos em bando, uns 20 jornalistas mais ou menos, só que ainda arrematando a conversa iniciada na Sala de Imprensa, sobre uma bobagem qualquer que sempre era motivo de boas risadas da turma. Nos postamos no gabinete do governador que estava em outro setor do Guanabara e, portanto, não havia chegado para a coletiva. E nós continuamos o blá, blá, blá em voz alta e rindo muito. Ah! Isso foi o suficiente para enlouquecer a Marta, que disparou: “gente, pelo amor de Deus! Vocês estão no gabinete do governador do Estado, moderem o tom de voz, por favor, está pegando mal para mim”. Foi uma das histórias gostosas que vivemos juntos.

Eu ainda novo, meio “foca” e meio “profissional”, ficava embevecido com a performance da repórter Eliane. Algumas vezes me peguei olhando para ela e ignorando o entrevistado, durante as coletivas. Seu jeito de abordar a autoridade era muito peculiar. Era uma particularidade só dela, exclusiva mesmo.
De tanto conversar nas reportagens, nossa amizade foi se consolidando através dos meses. Surgiu o convite para um chopinho na tradicional cantina La Fiorentina, que fica na avenida Atlântica, na “República Independente do Leme”, até hoje reduto da minha amiga. Fomos embora já na alta madrugada. Posteriormente, também foi minha companheira de praia. Se não me engano, o ponto era em frente ao Hotel Leme Palace. Esticávamos depois na Taberna Atlântica, também no Leme. Tudo isso se repetiu por várias vezes, tornou-se praxe.
A amizade ficou tão intensa que nos entendíamos por olhares ou por modificações de fisionomia. Fui amadurecendo como repórter e as perguntas pertinentes que fazia ao entrevistado, reparava uma leve risada de canto de boca da minha amiga em sinal de aprovação. No entanto, quando uma de suas sobrancelhas levantava... sai de baixo, vinha chumbo grosso!
Mas por algumas circunstâncias do destino nos afastamos fisicamente. Fui embora do Rio por uma proposta de trabalho tentadora em uma universidade no sul de Minas. Com a extinção da Manchete, ela saiu das ruas e se direcionou para assessorias de imprensa e também para a vida acadêmica, dando aulas de Comunicação Social em várias faculdades cariocas.
Perdemos o contato e nunca mais nos vimos. Faço das palavras dela as minhas: “procurei por minha amiga durante um tempo. Chequei endereços, mas ainda não era a hora... tudo acontece na hora que tem que acontecer”.
Descobri o seu blog no último dia 28/07. Vasculhei tudo, ainda não perdi o espírito de repórter, graças a Deus, e consegui retomar a história de vida. Soube do seu livro “Sentença ou Renovação?” Fiquei muito assustado com tudo.
Os contatos voltaram, até agora via tubos eletrônicos (e-mail e orkut). Teremos um dia o encontro físico, com certeza. É assim mesmo, tem que ser “suado”, batalhado, conquistado. Pessoas especiais não podem e não devem cair na “mesmice”. Sabendo da sua recente luta para vencer uma adversidade que a vida colocou na sua frente, dou inteira razão ao Wilton Franco, ela é realmente uma flor que surgiu no meio do pântano.

Anônimo disse...

Luiz Otávio, peço licença para colocar alguns trechos deste texto na página principal do blog.
Você sempre me deixou sem palavras. Sua sensibilidade, carinho e paciência comigo sempre foram decisivas.
Não foi à toa que você voltou exatamente neste momento.
obrigada.

Unknown disse...

Sabe é muito bom estar na sua relação de amigos,pois vc passa pra gente vontade deviver(vida),amor(na sua verdadeira essência),vc é como o desabrochar de uma flor, ninguem vê o processo,mais o final é belíssimo, e vc é assim,toda delicatesa de um desabrochar,por isso te digo vc ainda vai viver muito para passar isso pra outras pessoas q precisam muito ouvi-la falar e escrever,obrigada por essa lição de vida, beijos

Unknown disse...

Sabe é muito bom estar na sua relação de amigos,pois vc passa pra gente vontade deviver(vida),amor(na sua verdadeira essência),vc é como o desabrochar de uma flor, ninguem vê o processo,mais o final é belíssimo, e vc é assim,toda delicatesa de um desabrochar,por isso te digo vc ainda vai viver muito para passar isso pra outras pessoas q precisam muito ouvi-la falar e escrever,obrigada por essa lição de vida, beijos