Parece que foi ontem...

Parece que foi ontem. É assim que todos nós reagimos quando olhamos a criança que cresceu, o momento que se viveu, a saudade de alguém que ficou, as histórias antigas que colecionamos. Parece que foi ontem que fiz quinze anos, que entrei para faculdade, que casei, que consegui o primeiro emprego. Parece mesmo. É o tempo que corre sem a gente se dar conta
Quem viu Pelé jogar em 70 acredita que ele chegou aos outros setenta? Anos de vida bem vividos e bem sucedidos. E quem aqui acredita que já tem a idade que tem?
Parece que foi ontem que usei um vestido cor de rosa pastel, com bordados miúdos, meias finas e sapatos brancos e vi a preparação de um festão lá em casa. Era uma comemoração de adultos, de emancipação, mas eu tive direito a um convite. E sempre era de Angela, a irmã e amiga do coração. De olhos atentos, não perdíamos nada. Nenhum movimento, especialmente a chegada dos amigos do irmão. Não tínhamos maldade. Éramos crianças e só queríamos os agrados.
Parece mesmo que foi ontem que vi meus pais felizes cantando parabéns, minha avó e tios orgulhosos, e que que vi um bolo ser cortado e lá no meio surgir uma chave. Sem muito saber o que acontecia, segui a família até a garagem e fui testemunha da alegria do único irmão, aquele muiiiiiiiito mais velho.
Na garagem do edifício Montese, no Leme, um carro só dele o esperava. Tinindo, zerinho. É, parece que foi ontem.
Hoje a midia só vai falar no Pelé. Mas lá em casa, no dia 23 de outubro, só se falava no Habib, o queridinho da mamãe rsrsrsr.
Um bom final de semana para todos. Um brinde. Vamos comemorar a vida, as boas lembranças, as chances que tivemos e estes laços que se perpetuaram apesar das grandes diferenças.
Amigos leitores, parceiros do dia a dia, volto sem hora neste domingo. Mas volto.
Beijos e abraços.

Nas fotos, Pelé em plena forma, e no alto a festa dos "21" do irmão mais velho, mas não tão velho quanto Pelé rsrssrrsrsr.