A onda leva também nossas certezas

Foto Google Sumatra - Indonésia 2004

Todos temos mais certezas do que incertezas. Porque será? A vida nos diz no dia a dia que não é bem assim. Mas somos insistentes por demais. Na verdade a gente acha que controla tudo. Como se nós tivéssemos o controle remoto de nossas vidas e a dos outros nas mãos. Sabemos que não temos, mas dentro de nós existe uma vontade surreal para achar que sim.
Outro dia eu quieta (mais ou menos rsrs) deitadinha na camisa de força recebo um telefonema.
_"Querida, sabe o que aconteceu. Um do seus médicos querido teve um piripaque."
--" O quê????????"
-Ah não." Jovem bem sucedido e com uma turma precisando tanto dele." Calmaaa turma: ele já está bem, foi só um sustinho para quebrar algumas certezas. Ontem já comeu docinhos e bolo de aniversário. Graças! E semana que vem vou estar com ele. Claro que buscando algumas palavras e certezas minhas ks: "Estou melhor?” ksks.
Bem este papo todo foi para lembrar a notícia que comove o mundo e nos entristece por demais.
Hoje abri um portal na internet e lá estava: " Incertezas aumentam medo no Japão." Sempre existem dúvidas do que pode acontecer. Ah mas o homem sabe tudinho , controla tudo, são preparadíssimos. Fiz inúmeras reportagens nas usinas nucleares da linda cidade de Angra dos Reis, na maravilhosa Costa Verde do Rio de Janeiro . Sempre com pulguinha atrás da orelha. Mas, imagina...nada nunca nada nos atingirá! É ... Imagina destruir um país tão moderno, avançado? E a turma tinha sempre esta certeza. Pessoas que vão trabalhar em outro país , escolhem onde querem viver, apostam. E os turistas nas praias descansando... Lembram da Indonésia? Em dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 9,1 atingiu a ilha de Sumatra, provocando o devastador tsunami e levando à destruição de localidades em vários países banhados pelo Oceano Índico, com um resultado de mais de 226 mil mortos. Tsunami. Eu tinha lido pouco sobre isso. Mas sempre pereceu inacreditável. Para meu orgulho temos leitores no Japão. E mesmo que não tivesse, estamos todos na mesma nave. Hoje afundados em perplexidade, comovidos torcendo e aproveitando rezando - quem sabe para que uma onda não nos pegue. E nem aos nossos descendentes. Mas alguém tem certeza disso?
Sem mais palavras.
Uma quarta-feira só de pequenas marolas, aquelas que dão para boiar, mergulhar e voltar para areia