quarta-feira, 31 de março de 2010

Foi só uma espiadinha...


Bom dia amigos. Finalmente o BBB10, o programa mais chato, criticado e visto da TV Globo nos últimos meses terminou. E é impossivel não comentar a final. Final dos tempos diriam os intelectuais, final injusta diriam os gays e simpatizantes. Mas é difícil se colocar em uma redoma e não dar sequer uma espiadinha. Mea culpa, mea culpa, mea culpa.
Podem me criticar, cair de pau em mim, mas conheço um monte de gente finérrima, inteligentérrima que votou frenéticamente nos participantes da final. E como não dar uma olhadinha? Nem que seja com a desculpa que tenho que comentar aqui.
Antes de mais nada, alguém pode me explicar se o Pedro Bial vai virar um novo Chacrinha e ganhar um programa de auditório?! Nunca vi alguém rir tanto e ser tãol feliz apresentando um programa de altíssimo nível. Também foram tantas as participaçõe$ em publicidade... A camiseta basiquinha diária é apenas um disfarce dos intelectuais poetas. Eles adoram mostrar aquela imagem despojada como se fossem desapegados da moda, do dinheiro, das críticas. Ah então tá.
Mas não estou aqui mesmo para criticar ninguém. Ainda mais depois que participei, como editora-chefe nos anos 90, de um programa ao vivo em que as cadeiras voavam e os tapas corriam solto entre participantes. E além do mais, conheço muita gente viciada em BBB e que esconde o jogo. Depois com tantos problemas e tanta seriedade no dia a dia , não faz mal nenhum deixar o cérebro em algum lugar- às vêzes- e relaxar sem pretensão e policiamento.
Agora, quem sou eu, mas vou sugerir à TV Globo que antes de colocar a turma no nu artístico, por favor chamem o Professor Pasquale, mestre na língua portuguêsa, ou mesmo o Bial, para dar aulas aos famosos do momento.
E chegou a hora de confessar. Não sei se a minha visão é equivocada. Mas acabei torcendo pela vitória do Marcelo, o lutador. Este programa é uma praga, quando você vê está torcendo.
A vitória do gaúcho moicano foi a vitória dos autênticos em cima dos dissimulados, sonsos, duas caras, mascarados e bobões sem opinião formada. E dos que fingem ser bonzinhos. Foi a vitória de um bad boy, que foi isolado por um grupo e sobreviveu às intrigas e preconceitos. Venceu o que teve mais coerência e sustentou até o final os pensamentos certos ou errados. Venceu o candidato declarado de Ronaldo- o fenômeno, que com uma só declaração ("meu voto é do Dourado") no meio do programa ainda, fêz a nação corinthiana votar em peso no machão. Eu, ontem, me vi torcendo por aquele que perdeu todas as lutas, ficou sem dinheiro, fêz um monte de besteiras e pediu desculpas, e teve uma segunda chance na vida. Agarrou como pode e teve fibra para chegar à final. Tomara que ele saiba o que fazer com ela. Muita gente ganha uma nova oportunidade e não sabe. Fica no meio do caminho.
Bem, meus blogueiros, estou adotando a nova moda: turbante de beduíno e voltando ao "meu reality show" nesta quarta-feira. E me desculpem, mas a tendência do momento é dourado.

24 comentários:

Dragão tá afiadinho kkkkkkkkkkkkk disse...

Bommmmmmmmmmm diaaaaaaaaaaaaaaa queridinha, estou aqui correndooooooo, fugindoooooooooo da DORA que é a BAD GIRL do momento mas vamos lá: NÃO VI ESTE CHATÉRRIMOOOOOOOOO PROGRAMA, já me encheu os pacovás, rs,sr,r,r,sr,sr mas como vc bem sabe eu adoroooooooo A COR DOURADA e que ele seja feliz com esta grana toda e saiba usá-la da melhor forma possível pq EU, com certeza saberia onde colocar cada CENTAVINHO!

Um dia DOURADINHO p vc e um beijinho que não é de URSO e muito menos de DORA aliás ela tb deveria ser O JUDAS DE 2010 o que vc acha???kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Eliane disse...

Kskskskksskskkskssk Bom dia. Não chega a tanto. Podemos escolhero outro Judas?
Um beijo achocolatado e dourado para vc. Vou falar com executivo hoteleiro que Dragão é politicamente correto.
O reality meu continua. Com Doras, Judas, Bad boys e muitos mas muitos amigos em volta.e Herchenhor, e Cisnes, e Shiro, e a Hama...
Olha a chuva!

Dragão Pipoca disse...

Que tempinho deliciosoooooooooo, vamos fazer pipoquinha mais tarde?rs,rs,rs,rs,sr...

Lulu disse...

Bom dia, Eliane, bom dia, blog. Eu não gosto do BBB. Só teve um ao qual assisti e me envolvi: o que Jean Williams ganhou. Vi com vibração de torcedora ferrenha sairem um por um os integrantes daquela panelinha preconceituosa que se formou. Mas depois... não me interessei mais por nenhum.
A única coisa que posso dizer deste BBB é que não fui a favor da participação de Marcelo Dourado. Tanta gente querendo participar e a ele foi dada uma segunda participação! Achei injusto. Quem participou, participou. Outros agora devem ter a sua chance.
Não torci por ninguém, mas também não gostei de ele ter ganho.
Mil beijos para todos, tenham um ótimo dia.

Eliane disse...

Oi Lulu, adoro opiniões diversificadas. E depois o meu povo aqui é muito inteligente e sagaz. Valeu!
O programa é mesmo chatérrimo. Os participantes também. E quer saber? Vai ter o onze e o doze! não dá né?!

Eliane disse...
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Alexandre F Maurity disse...

Bom dia Eliane e Blog,

BBB10, o programa dos desocupados, com uma pseudo profissão e história de vida comovente. Como observar pessoas vazias, sem cultura, durante meses em busca de uma recompensa de R$1,5M dá audiência. O vencedor já estava escolhido desde que entrou, com a manipulação do conteúdo foram moldados os perfis dos desocupados para o público. Como o $$$$ de patrocínio e torpedos valem a pena e, como valem, esse modelo é campeão de lucratividade principalmente com o nosso povo bem instruído. É bem o retrato do Brasil, medíocre.

Quanto ao Bial, o que ele quer passar para o público(?!), será que outro chacrinha está surgindo? Coitado do velho guerreiro, ser substituído por um “MALA”, sem graça, que se acha. Percebi que algumas vezes a rotação do Bial mudava, ele dava umas patinadas danadas, será que ele cansou de dar o pé? rsss

Semana Santa chegou, domingo de Páscoa está aí, com, mais comilança, chocolate, vinho, cerveja, família reunida, amor, paz e tudo de bom.

Feliz Páscoa a todos!

Eliane p/Maurius disse...

Protesto, não sou desocupada kskskskssk.
Tá afiadíssimo heim? Eu sei que vc gosta só de BBB internacional. Eu sei. Muito chique.

Alexandre F Maurity disse...

Elaine,

Os desocupados estão na clausura sendo observados. rssss

Internacional, que nada. . .rsss

Foi nele que via a manipulação :0(

bjs

Eliane disse...

Kskskskskskskskkssk. Nem vou falar mais no assunto!

Eliane disse...

Maurius. Aqui E-liane . Vc só pensa em Elaine skskskksksks

Angela Lemos disse...

Roberto da Matta

em 24/2/2004

"O Brasil do ‘Big Brother’", copyright O Estado de S. Paulo, 19/02/04

"Há um programa chamado Big Brother Brasil (deveria ser com ‘z’, mas não é...) e um Brasil do big brother. O primeiro é uma impiedosa experiência comparável em crueldade ao circo romano (quando os Césares ensaiavam Hollywood), onde um grupo concorda em ser visto por milhões de pessoas em todos os momentos de um cotidiano novo e inteiramente artificial, cujas regras o grupo fica impedido de traçar e conhecer. O segundo é como o Brasil e seus valores surgem inevitavelmente dentro da experiência.

Pior do que uma prisão, o confinamento voluntário (e por isso mesmo contraditório) do BBB cria uma sociabilidade sem rotina, perversamente fundada na competição, já que todos os membros do grupo têm o propósito explícito de derrubar ou tirar da ‘casa’ (o laboratório onde estão) todos os outros. Removendo a capacidade de prever o que virá e a simpatia mais profunda, fundamento de toda solidariedade humana, a vida dentro da tal ‘casa’ desfia um rosário de desencontros sociais e emotivos que vão do mais barato ridículo à mais grotesca exposição sentimental. Um deles, talvez o mais flagrante, é o que acontece entre a plausibilidade do real (aquilo que se percebe como sendo o ‘verdadeiro’, o aqui e agora, que contém limites e, por isso, pode magoar) e a fantasia - afinal, minha vida neste lugar e com estas pessoas não passa de um jogo; estou fazendo uma pausa na minha existência real para tomar parte num programa de televisão. Algo que, conforme sabemos, é impossível realizar sem conseqüências.

Uma das maiores atrações desse teatro jaz precisamente na completa submissão dos seus atores aos produtores do programa que têm hierárquico, é o verdadeiro inferno para os participantes."

Angela Lemos disse...

total controle de suas vidas dentro da ‘casa’. De fato, quem está no BBB vive numa anticasa, pois existe temporariamente num lugar onde casa e rua, intimidade e vida pública, amizade e intriga, competição e harmonia, espontaneidade e cálculo social não só se confundem, mas trocam perversamente de lugar.

Não é, pois, por acaso, que o programa desperta uma das piores atividades da vida moderna: o voyeurismo, o ver sem ser visto, o observar os dramas de fora, descompromissadamente, sabendo que para delas sair, basta apertar um botão.

Oferecer a possibilidade de ver pessoas em todas as situações, violando sua intimidade, é algo que tem fascinado o Ocidente desde que, com o cristianismo, inventou-se a idéia de livre-arbítrio, de liberdade individual e, com ela, de escolha moral com implicações cósmica (pois o arbítrio leva a uma eterna danação ou salvação). Foi esse conjunto de valores que criou um espaço interno inviolável e verdadeiramente misterioso dentro de cada um de nós. Para alguns, esse espaço é um ego fragilizado, pressionado pelo id e pelo superego; para outros, é uma alma imortal; para muitos, é um espaço que a sociedade protege no que chamamos de subjetividade, aquela perspectiva pela qual vemos o mundo e o sentimos sem formalidades e etiquetas, como nós mesmos - se é possível imaginar um ‘nós mesmos’ sem os nossos países, línguas, narrativas, crenças e costumes, isso para não falar nos nossos pais, irmãos e companheiros de jornada e geração.

Não seria preciso enfatizar como é atraente poder profanar essas vidas expostas nos BBB nas suas intimidades, sobretudo quando se sabe que a ‘vida privada’ (e a privada) são tabus sociais. O paradoxo aumenta quando se sabe que os participantes do programa abriram mão dessa inviolabilidade como valor, motivados por dinheiro e por uma óbvia superexposição na mídia televisiva, que promove fama e celebridade instantânea, embora fugaz.

Mas, para além dessas possibilidades, é igualmente curioso observar como há um Brasil do big brother. Ou seja: como valores de nossa sociedade se revelam explicitamente no grupo. Há, assim, a ênfase desmesurada na aparência - todos se querem bonitos, atraentes, espertos, malandros, espirituosos e bem vestidos. Há o cuidado extremado com os problemas que antigamente se classificavam como ‘de cor’, hoje transformados em discursos sobre opressão e resgate. Revela-se a importância da ‘limpeza’ pessoal, sobretudo no que diz respeito à comida, seu preparo e ato de comer. Há uma clara tentativa por parte dos membros do grupo em encontrar um ‘pai’ e uma ‘mãe’ capaz de brasileiramente estabilizar certas dimensões da vida dentro da casa, seja acalmando sentimentos, dando conselhos ou tendo pressentimentos baseados em intuições maternais. Finalmente, a maior dificuldade: como criar uma hierarquia quando os participantes são definidos como sendo absolutamente iguais e cada qual representa um partido que compete por um prêmio milionário? Num certo sentido, portanto, todas as intrigas, futricas, simpatias e raivas passam por esse quadro tão antibrasileiro de se viver com pessoas sem nenhuma etiqueta, título ou sinal mais claro de posição social. Como não gostar, se a gente mora junto? E, pior que isso, como gostar demandando aquele invariável toque de lealdade nacional (que leva à gentileza e ao ‘fingimento’) e, ao mesmo tempo, competir?

A mim me parece que a maior fonte de angústia do programa não é bem a crueldade de se dispor a viver num mundo sem rotina e numa casa de vidro, mas ser obrigado a conviver com indivíduos no sentido pleno da palavra.

Salvo engano ou erro de cálculo, essa ausência - com raras exceções - de laços sociais balizadores, marco fundamental de nosso lado

Angela Lemos disse...

Eliane,
Colei aqui a opinião do Roberto da Matta que guardo e concordo desde 2004...
Beijão!
Angela

Eliane p/Angela disse...

Adorei a sua volta com postagem. Porque sei que está de olho aqui.
Muito bom mesmo o texto.
E destaco " pois, por acaso, que o programa desperta uma das piores atividades da vida moderna: o voyeurismo, o ver sem ser visto, o observar os dramas de fora, descompromissadamente, sabendo que para delas sair, basta apertar um botão."
Observar os dramas de fora. Dos outros. Cômodo não?
BEIJOS ACHOCOLATADOS

Zel quer dar bengaladas no BBBial disse...

Alô, alô, Sampa chamando Rio!
Boa tarde, Eliane, boa tarde Blog!

Concordo plenamente com Alexandre e com Roberto da Matta, postado pela Angela.

Detesto este programa e Pedro Bial, coitado, virou um palhaço.

Beijão
Zel

Alexandre F Maurity disse...

Eliane e Blog,

Se repararem, o programa atingiu o seu objetivo, estamos aqui, expondo nossas opiniões sobre o bizarro BBB.

Quem se lembra do filme italiano, Mondo Cane (Festival de Cannes 1962), consiste numa coleção de imagens com as mais incríveis e improváveis situações protagozinadas pela raça humana. São cenas de depravação, perversidade, rituais bizarros, comportamento cruel e violência animal.

Com certeza daí sairam os BBBs mais tênue.

O absurdo seduz o ser humano!

Bjs,

PS.: Agora acertei Eliane!!

NA PISTA COM ELES ... disse...

Douradéééééééééééérrimo!!!!!!
Adooooooro!
Eu, pessoalmente, destesto o programa e só sei que o "troglodita" ganhou, porque li jornal hoje de manhã.
Apaguei cedinho, cedinho ontem.
Qual será o signo do "milionário lutador" ?
Meu palpite é aquario!
Bom, Lili, vc fica "chique, bem" de qq jeito.
Bjkas

Eliane para Zel querida disse...

Zel querida, imagina se eles fizessem um BBB de guerreiros. Zero de Ibope. skskksks ou não.
Feliz Páscoa minha guerreira. Páscoa de bençãos. Muitas.

Eliane p/Maria Carioca disse...

Vc e os signos.
Mas bem entendo o seu trauma aquariano. Vou pegar ele qualquer hora.
Love You Duck
Blog lindo viu?!

Eliane p/Maria Carioca disse...
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LULU para ÂNGELA disse...

Uau, Ângela! Que maravilha! Sua postagem não é mais uma pérola, mas um diamante!
Eu sou a-pai-xo-na-da por Roberto da Matta. Grande antropólogo, grande entendedor do povo brasileiro, como revela a sua proposta de uma sociologia dual... que maior laboratório para ele que a "casa" do Big Brother? Genial a colocação que ele faz no final: "A mim me parece que a maior fonte de angústia do programa não é bem a crueldade de se dispor a viver num mundo sem rotina e numa casa de vidro, mas ser obrigado a conviver com indivíduos (ele coloca "indivíduo" em oposição a "pessoa") no sentido pleno da palavra." Que sacada! Que passeio ele faz... se banqueteou e nos deixou banqueteados.
Fantástica, fantástica a análise dele.
Nota 1000 sua postagem!
Mil beijos para todos, tenham uma noite de paz.

Ver a - RS disse...

Olá!
Nossa!!! O Alexandre a Zel e a Angela pegaram pesado. O BBB é um programa de "entretenimento" assite quem quer distrai-se,como centena de pessoas assistem novela,jogo de futebol etc. Quanto aos participantes são maiores de idade, vacinados e sabem que estarão expostos, como estão expostos os atores as atrizes os jogadores. Minha visão pode ser ingênua mas sempre e de tudo pode-se aprender algo. Que bom que foi um gaúcho o ganhador, pode não ser um grande exemplo mas podemos afirmar que : se ganhou virão qualidades nele, os 60% dos votos confirmam. Que ele faça bom proveito desta grana.
Não me considero uma alienada e muito menos uma intelectual. Gosto de ler, ouvir música boa, mas também assito filmes,novelas e também BBB afinal o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?
Bjs
Vera do sullllll

Vera disse...

OBs leia -se viram....