
Bom dia. Vocês já viajaram de classe executiva alguma vez? Não? Então esqueçam e continuem na econômica. A econômica é demais. Bancos apertados, filas e mais filas para banheiros -depois do jantar então...- criancinhas empolgadíssimas com as férias , e muitas, mas muitas bagagens de mão que podem cair em cima da sua cabeça. Mas não adianta que eu não desisto de viajar, nem os brasileiros. Está no sangue. Mas a econômica nem sempre foi assim. Mas com a facilidade de prestações, milhagens e etc..., a coisa ficou feia. Depois de viver o caos em aeroportos, o fura fila de autoridades, a encarada da Federal se você é um terrorista ou não, você finalmente chega aos bancos da econômica.
Há muito tempo não entrava na classe econômica. Mas era pegar o largar. Com esta estória de procedimentos caros não tinha a menor chance de ir confortavelmente na classe superior. Que sufoco. Melhor nunca conhecer o bem bão. Mas o objetivo final valia à pena, então...
A comidinha estava razoável, mas acabou a estória de limpar as mãos na toalha, fone é vendido a dois dólares e as comissárias são protocolares desde que você na extrapole pedindo coisas fora de hora.
Na chegada ao destino todos querem fugir por uma única porta ao mesmo tempo. Mesmo com os avisos luminosos ligados e o comandante suplicando que todos permaneçam sentados. Ele quer ficar sentado porque está lá na cabine no maior conforto.
Eu falava para mim mesmo: " pare de reclamar, não seja mimada, olha o que você conseguiu, deixa de ser metida..."
Mas impossível não lembrar dos bons tempos da executiva.
Outro dia falei aqui que pequenos milagres acontecem. E Deus tem sido generoso. Na volta, depois de uns dias deliciosos, em meio ao caos no aeroporto , as brigas para embarcar ( nesta hora todo mundo tem saudade de casa), e uma paciência infinita, cheguei no balcão após quatro horas e meia de fila. E ali estava aquela moça robô que olhou para mim e falou:
-"A senhora está na executiva." Quase desmaiei.
Nem quis argumentar, mas descobri que ali havia um pedido e uma transferência de milhagem.
Recebi o cartão de embarque carimbado: executiva. Um presente de natal. Um presentão de uma de minhas priminhas queridas que mora longe daqui.
Me lembrei de um dia em que ela me visitava no Rio e falou:
_"Você plantou muito. É hora de colher."
Voltei com os pés nas nuvens. E o coração agradecido. Mais uma vez.
Hoje é terça, 4 de janeiro, está chegando a hora de enfrentar meus médicos.
Bom trabalho queridinhos.