quarta-feira, 21 de maio de 2008

Todos os animais merecem o céu

Em 14 de novembro de 2007, a Revista O Globo, página 35, publicou esta crônica do ótimo ator Marcelo Médici: "Todos os cães merecem o céu". Minha prima Ivone apaixona que é por todos os bichos do mundo, me presenteou.
Tenho absoluta certeza que o amor de um animal modifica uma pessoa e faz milagres quando esta mesma pessoa enfrenta problemas de saúde. Neste espaço, vamos falar deles: dos nossos pets, daqueles que são loucos pela gente.
Peço licença ao grande ator para reproduzir aqui aquela crônica. Aproveitem!
"Herdei de minha mãe a paixão pelos cães. E quando digo paixão é no sentido mais puro da palavra. Já fiz tudo o que um apaixonado por cães faz: peguei na rua e disse que ele tinha me seguido, socorri cachorro atropelado, arrumei um novo lar para outro sem-teto... Sou daqueles que se emocionam com a história do terrier que passou o resto de sua vida em cima do túmulo de seu dono, e que sofrem muito mais assistindo aos filmes da Lassie ou do Benji...
Gostar de animal sempre me pareceu saudável e lógico. Desde que nasci já convivi com Peninha, Toco, Lili, Greta , Xanda, Lume e Malu... Impossível enumerar aqui os momentos de alegria, companheirismo, carinho e gratidão que essa galera me proporcionou. O Peninha era de uma raça que era moda nos anos 70: pequinês. Ele avisava minha mãe quando eu chorava no berço. A Lili foi uma vira-latinha que dormia nos pés da minha cama e brincava comigo na rua. Quando eu viajava, me esperava em cima do meu travesseiro... A Lume morreu 15 dias depois de minha mãe, e a Malu, três anos após, no dia em que minha mãe faria aniversário. Mistérios... Detalhe: a Malu morreu com 19 anos! Quando a Malu se foi, decidi que não teria outro cachorro. Nunca mais!
Três meses depois chegou a Preta. Uma pestinha linda de morrer. Ela chegou numa fase complicada, estava saindo do meu emprego, mudança de vida daquelas bem grandes. Mas o que era realmente um momento ruim foi absolutamente amenizado pela presença daquela pequena criatura. Ela foi a companhia ideal para um passeio pelo quarteirão de manhã, pelo parque à tarde, para um café à noite ou uma ida à banca de jornal de madrugada (desemprego tem suas vantagens...) Pra ela tudo era muito divertido! É incrível como um ser com menos de três quilos possa emanar tanta vida. Acho que ela me trouxe sorte. A fase ruim passou e eu nem percebi.
A Preta deu tanta bola dentro que acabou de ganhar um companheiro, o Juca. Um gorducho que sem dívida nenhuma é mais apaixonado pela Preta do que por mim, algo que entendo completamente. É bom deixar claro que eles não são meus filhinhos, são meus cachorros, quem me conhece sabe o que isso significa.
Às vezes, os apaixonados por cães não são compreendidos e chegam até a ouvir desaforos. Certa feita, minha mãe ao alimentar um cachorro na rua, ouviu de uma vizinha que existia muita criança passando fome. O curioso é que nunca soubemos que essa mesma vizinha fizesse algo que amenizasse a fome das crianças do mundo... Qualquer prova de amor a um animal é facilmente classificada como carência, desequilíbrio, frustração e várias outras denominações que são, em minha opinião, tolas.
Fico com medo de ser piegas ao falar dos meus cachorros (se minha vizinha ler esta coluna pode ficar furiosa...), mas eles merecem minha retribuição. São criaturas incríveis, mas que requerem muita atenção. Portanto, ter um cachorro deve ser uma decisão pensada. Se você não tem um e acha que chegou a hora de ganhar um companheiro que estará ao seu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e se você se comprometer a não abandoná-lo nunca, quem sabe você não o encontra na SUIPA, que mantém um trabalho lindo? E se você já tem o seu amigão e não pode ter outro (sempre cabe mais um....), a SUIPA e seus abrigados aceitarão uma ajuda e lhe serão gratos, como sempre. Meus cães foram os melhores investimentos da minha vida.”
Ps: E os meus também, Marcelo. Leiam no livro Câncer - Sentença ou Renovação? a minha história e a de Shiro Ichi, o meu majestoso, temperamental, mimado, desconfiado e mau humorado cãozinho. Cãozinho???!!!

2 comentários:

Erika tudo zen disse...

Eu tenho duas cadelinhas e duas gatinhas e estou sofrendo porque no último dia 20 de dezembro perdi a minha filha mais velha a Pank com 14 anos. É muito triste perder um cãozinho de estimação e eu não tenho palavras para descrever o meu sofrimento. Eu sofro quando vejo um animal ser maltratado pelos seus donos e esses maravilhosos fofos e peludos só querem o nosso amor. Nunca me esqueço dos meus amigos de quatro patas. Parabéns e Feliz Ano Novo.

crys_art disse...

Querida que espaço maravilhoso, pena que são poucas as pessoas que sabem desfrutar deste amor incondicional que esses anjinhos podem nos ofertar, gostaria de pedir licença e passar aos seus leitores como para essa amiga que deixou seu comentário sobre a perda de sua filhinha, sim, eles são nossos filhos amados! Foi através da dor da perda da minha menina, uma york shire de 9 anos que veio a falecer de câncer que descobri no site do Dr. Marcel Benedetti sobre a ASSEMA, foi um balsamo na minha minha, de lá para cá tenho encaminhado muitas pessoas a levarem seus anjinhos lá e tutores que buscam consolo, é um Centro Espirita só para animais, fica em São Paulo, é o lugar mais incrivel que já presenciei, um lugar onde só existe amor e compaixão, acho que se não fosse lá eu não estaria superando a perda, aprendi muito lá.Um abraço carinhoso em teu coração, parabéns pelo seu trabalho. E feliz ano Novo.
Vou fazer questão de ler seus livros agora na minhas férias, pois começam hj!