Você conhece gente "pão dura"?

Bom dia. Em meio a um turbilhão de sentimentos e de desprendimentos meus ( ando vendendo tudo que tenho. Alguém quer comprar?) tenho pensado em como a gente se apega a bens, histórias e cacarecos. Não sou pão dura, mas durante anos foi apegada a algumas tralhas. Chega um momento de confronto com você mesmo que a gente tem só uma escolha: ou se liberta dos cacarecos ou fica olhando para eles até morrer. E a gente coloca um valor nos cacarecos que só tem preço alto para a gente mesmo. Nesta hora é preciso coragem e se des-pren-der.
Isto não tem nada haver com ser pão duro. Tem a ver com apego. Pão duro é diferente . É aquele ou aquela que não põe a mão no bolso para nada, não vai à festa para não dar presente, reembrulha presentes ganhos, não faz gentileza para ninguém e só gasta - quando gasta - consigo mesmo. Quem não conhece alguém pão duro? E como você se torna um? Medo da pobreza, de perder o emprego ou uma mania mesmo que nem o mendigo do século 19. A expressão "pão duro" surgiu com ele e por causa dele. Segundo a história registra, o mendigo era um milionário meio maluco no Rio de janeiro , que se passava por pobre e pedia qualquer coisa, mesmo que fosse um "pão duro", todos os dias, em frente a uma padaria. O dia que ele morreu descobriram que era um milionário, tinha muito dinheiro e não precisava ficar pedindo esmolas. Dali pra frente virou sinônimo de pessoa rica que não quer gastar dinheiro.
Se fosse isto só tudo bem. Afinal o dinheiro era dele. O problema é que um "pão duro" vai além do que não gastar. É aquela pessoa que por causa do medo, se torna um egoísta, um individualista, uma pessoa que não gosta de fazer nada por ninguém e de gostos duvidosos. Junta, junta, junta e fica parado no mesmo lugar a vida toda, colecionanado... E de repente...boom, a vida muda.
Eu fico feliz porque apesar de ter alguns apegos fortes, não sou pão dura. E nunca me casei com um. Pão duro que eu gosto mesmo só o Tio Patinhas, que está eternizado nos quadrinhos de Walt Disney.