
Mas,afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas..." Fernando Pessoa.
Estava folheando uma das revistas que mais gosto de ler quando me deparei com um texto que falava de cartas de amor. Claro que sou fã do tema. De cartas e também do amor. E a pergunta no começo da matéria era a seguinte: "porque sempre adiamos dizer o que sentimos?"
O texto gira em torno de uma idéia espetacular. Achar um presente certo para o pai que completaria 80 anos. E a jornalista escolheu e sugeriu à família fazer um livro com declarações de amor de todos. E aí começaram as reações divertidas. Cada um dava uma desculpa por timidez, constrangimento, medo dos sentimentos e do ridículo. Usando sempre "a falta de tempo, não sei o que escrever, não sou bom nisso" etc...
Aí eu pergunto : quando falamos de amor não acabamos sendo um pouco piegas e ridículos?
E o que tem demais em ser ridículo por amor?
No texto saboroso da jornalista, ela diz que contou esta história para incentivar as pessoas a escreverem cartas e cartas de amor. Para quem quer que seja. E completa dizendo que temos muito a dizer uns aos outros. Ela está certíssima, não está?!
Hoje em dia falamos muito o tempo todo, mas continuamos escondendo sentimentos valiosos. E por falta de tempo, medo e vergonha de expor sentimentos, levar um "não" pela frente, achar que todos duram para sempre e que talvez a hora não seja esta, deixamos o momento passar.
Na linda conversa entre pai e filha, ao celebrar os 80 anos, o velho sábio pai diz: "quando eu olho para trás, fico feliz com o que vejo. Mas, para frente, é incerteza”.
E aí está toda razão para não se adiar nada: amanhã é pura incerteza.
Bom dia meus blogueiros e amigos amorosos.