quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Encerrando ciclos

É um longo texto, mas vale muito à pena ler e guardar. Me foi enviado por minha querida Iamna, leitora do Blog. Lindo Lindo Lindo.
"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."
(Glória Hurtado)

14 comentários:

Anônimo disse...

Bom seria se todas as pessoas lessem este texto e o colocassem em prática.
Pena que em todas as situações sempre existem várias, ou pelo menos duas, pessoas envolvidas e que quase sempre a fase, ou o capítulo, ou o ciclo, se encerra primeiro para um dos envolvidos.
Como é difícil fazer com que as outras pessoas sintam isso sem ferir...Como é difícil as pessoas serem razoaveis com esses fins de ciclos ( que para elas ainda não chegaram).
Virar a página , sacodir a poeira, fechar uma porta são gestos fáceis quando quando não há ninguém do outro lado.
Como já disse Lenon,
Let it be
Mas como é difícil

Anônimo disse...

Ninguém disse e se disse se enganou que viver é fácil. Nada é fácil e dar adeus a qq coisa leva sempre um pedaço da gente e por isso, embora seja indispensável, é difícil encerrar ciclos. Encerrar ciclos importa em dar adeus a algo que fazia parte da gente, com o qual estávamos acostumados, com uma rotina confortável às vezes, mesmo que pudesse ser uma prisão. Já viu casais que estão sempre brigando, às vezes o marido bebe e assim mesmo a criatura não consegue desfazer o nó?! Mas, além disso tem o fator humano, as fragilidades, as covardias, as imaturidades, os egoismos!! Sim, é importante fechar ciclos ou simplesmente vê-los transformados. Somos a soma contínua de nossas histórias de vida, nossas tristezas e nossas alegrias, nossos encantamentos e desilusões num grande caledoscópio de emoções, filtrado, peneirado, acirrado no convívio com os outros seres que nos cercam.
Serpente d´Água

Anônimo disse...

Oh meu querido, como te entendo. Estamos no mesmo barco. O bom que a gente pode entrar neste barco e remar juntos. Dois remos. Que tal?

Anônimo disse...

Serpente. O nó, o nó. Desfazer é questão de paciência. Mas com um bônus, uma pessoa ajudando, dá para desfazer mais depressa.
D'água é???

Anônimo disse...

para Eliane.
Remando juntos sempre...
pode contar com isso.

p Serpente d'água
Sim a vida não é fácil e nada dela é fácil...poderia ser se as pessoas olhassem mais como os olhos do outro...
mas o egoísmo e o próprio umbigo são mais importantes que o resto... para esses fechar um ciclo não requer o menor esforço...afinal o que vale para esses é o conforto próprio e não as consequencias que podem advir das mudanças que ele está propondo para a vida dos outros.
Fechar ciclos é preciso...machucar e ferir os outros em função de sua alegria apenas é puro egoísmo.
Fechar ciclos significa começar e terminar uma história de maneira coerente com valores, com respeito, tentando sempre deixar os outros envolvidos com o menor número de ferimentos possível...carregando você os ferimentos se acha que deve encerrar esse ciclo...acho justo o preço a ser pago, uma troca justa em função da uma decisão tomada por você.
Viver é difícil , mas é maravilhoso.

Anônimo disse...

Põe maravilhoso nisso. Maravilhoso, avassalador e o melhor de tudo: a fila anda. Um dia anda.

Lulu disse...

É a dança de Shiva, implicando sempre em mudanças, renovação, criação, na eterna mutação do universo, que por sua própria natureza é cíclica, mostrando-nos que estamos sempre sob a ação de criação e encerramento de ciclos. A nossa vida é uma eterna elaboração de lutos: luto da infância, luto da adolescência, luto da juventude, luto da casa dos pais, luto da faculdade, ou seja, luto de etapas que chegaram a seu final. Por isso, nada mais sábio do que seguirmos em frente, ao ritmo da dança de Shiva, abertos a novos ciclos, abertos ao novo, não nos deixando cristalizar-nos naquilo que já teve seu tempo e que foi ficando para trás deixou pra trás.
Como bem diz Belchior, "o novo sempre vem"... ("É você
que ama o passado e que não vê
que o novo sempre vem")...
Mas como também disse aqui Paulistano, tudo isso é difícil paca.......

Anônimo disse...

Paulistano, bom dia. Já fêz piquinique? Uma maravilha.
Vou agora no You Tube. Agora. Depois conto.

Anônimo disse...

Paulistano: lindas!!!!!!!!!!!!!!!
Emocionante.
Viu Jorge Aragão no meu orkut? Vai lá!

Anônimo disse...

vi sim!!! essa musica foi parte de um show que fiz com ele
beijos

Anônimo disse...

Favor me levar a tiracolo no próximo. ôba, livre que nem passarinho para cantar.

Anônimo disse...

Eli / Paulistano / Lulu, este negócio de fechar ciclos (ainda) é complicado e pode se entendido de diferentes formas. É sempre triste causar mágoas a terceiros. É preciso tato e sensibilidade, paciência muitas vezes, mas é o caminho. Porém acredito que mesmo fechando ciclos, sabendo que aquela relação acabou ou que é hora de sair da casa dos pais ou estas coisas já citadas, levamos conosco a vivência de uma relação havida, seja qual for. E que para o bem ou para o mal fará parte de nossa história, como uma tatuagem. Não é assim ? De todo modo viver é a grande aventura e lá vamos nós!

Unknown disse...

Que texto lindo!!!!

É a impermanencia de tudo que permanece.....hihihihihih

Anônimo disse...

Nossa, que profundo Carminha.