A cristaleira.

Há situações, pessoas na vida que a gente é obrigado a riscar do nosso mapa. Para sempre. Para poder sobreviver. Especialmente quando elas nos fazem mais mal do que bem. A gente custa a entender o porque temos que abrir mão. Mas tem um motivo justo: precisamos ser felizes, e só podemos alcançar esta sensação se cortamos o que nos faz muito mal no íntimo e só nos empata a vida.

Pois bem. Desde 2007 tenho me desfeito de coisas, objetos e aqui entre nós- de algumas pessoas - que me faziam mal. Este ano fui acometida de uma crise igual e estou começando a me desfazer de tudo. É necessário encerrar etapas, dar tchau para pessoas que não somam, e objetivos que perseguem as nossas lembranças.

Em 2001, quando meu pai morreu, fiquei com a cristaleira da família. Linda, majestosa, valiosa e que vem atravessando gerações, desde que meu avô Jorge a trouxe da Europa. Mas nunca quis ela comigo. Aceitei, mas não combina com a minha vida. E ela está lá, no canto da sala. Agora coloquei à venda. Sem remorsos. Estou muito cansada de colecionar algumas lembranças. Então a hora é esta. De ter uma uma coragem muito maior do que enfrentar doenças. A coragem de abrir mão de objetos e recordações que nunca deveriam ter feito parte da vida.

Boa terça, e libertem-se!

um beijo amigo da Eliane